Recursos Educacionais Abertos (REAS)
Na sociedade informacional o movimento educaional aberto tem sido diferencial para a geração e compartilhamento dos conhecimento. Uma das expressões são os Recursos Educacionais Abertos (REAS), disponíveis no formato digital na internet de maneira livre e gratuita para serem empregados no processo ensino-aprendizagem.
Os REAS são recursos de ensino, aprendizagem e pesquisa, com acesso livre, nem sempre gratuito, para todo o público em relação à sua utilização e adaptação. Embora na realidade informacional seu acesso seja majoritariamente facilitado pela via online, o seu conteúdo pode apresentar formatos diversos, como módulos de cursos, livros de texto, vídeos, exames, software, dentre outros.
Tendo por base a Decaração da Unesco de 2012 (Aretio, 2013)
...se refiere a los REA como aquellos materiales para la enseñanza, el aprendizaje y la investigación soportados en cualquier medio digital, que son de dominio público o han sido publicados bajo una licencia abierta que permite el acceso libre, su uso, la adaptación y la redistribución por parte de otros sin coste económico y con escasas o nulas restricciones (np).
Outro conceito foi emitido por Okada (2011), no qual os recursos educacionais abertos contemplam "...qualquer material educativo, tecnologias e recursos oferecidos livremente e abertamente para qualquer um uso e, com algumas licenças para remixagem, aprimoramento e redistribuição” (p.4). Na sua utilização nos deparamos com a atividade e práticas educacionais abertas (PEA) intuindo aumentar a qualidade do recurso educacional.
Em relação às ferramentas classificam-se os softwares (criação, gerão e entrega ao público), com particularidades que podem incluir busca, gestão de conteúdo e comunidades de aprendizagem. E, na parte de implementação, estabelecer os caminhos de localização, arquivamento e indexação, além das licenças de propriedade intelectual, com registro aberto para que se disfrute das quatro liberdades do REA, quais sejam reaproveitamento\readaptação, reutilização, rremixagem e redistribuição. Como exemplo a Creative Commons.
Então, a essência do REA é que todo o material produzido e publicado (online ou físico) pode ser recombinado por terceiros a fim de ampliar a cadeia de acesso ao determinado conhecimento.
Os porquês do REA ser visto como o caminho da partilha do conhecimento em prol do bem comum são variados: garantir a liberdade e a criatividade de produção; incentivar práticas de cadeias de solidariedade no compartilhamento dos saberes; propiciar o reconhecimento e canalizar esforços de atividades de alunos e professores nas suas pesquisas e estudos; fortalecer o orçamento público com a retirada do custo de material didático, dada a liberdade de acesso, redirecionando estes recursos para pesquisa em novas tecnologias e ferramentas educacionais; permitir o acesso aos que não frequentam o sistema formal de educação; fomentar a construção colaborativa entre instituições, universidades e empresas.
Para levar a tecnologia para a sala de aula de uma maneira produtiva, planejada e que promova a ideia de autoria entre professores e alunos; inclusão das distintas realidades e esferas para geração e ampliação de produtividades, dentre outras.
Como desafio a superar em relação ao tema REA é o caminho a percorrer para sua maior difusão e consequente adocao. Conforme Stagg (2014) existe a tendência a retratar a educação aberta na questão de sua adoção na esfera institucional, mas evidencia um vácuo em relação a possibilidade de melhor aproveitamento dos mesmos recursos na sua aplicação pratica diária frente a conduta docente e designers do entorno educacional.
Estudos realizados no México, com dados etnográficos dirigido ao público docente, que pode representar uma realidade nos países em desenvolvimento, é que a escassez de recursos, ferramentas, conectividade e capacitação insuficiente repercutem no aproveitamento dos REAS disponíveis e que poderiam maximizar os benefícios para estudantes e professores concernente à inovação na sua pratica laboral educativa.
Ou seja, o diagnóstico evidencia que existem muitas potencialidades, mas podem estar faltando políticas governamentais de conscientização sobre o como estes instrumentos estão ao alcance de todos. Basta clicar e não parar de navegar.
Para encerrar este pequeno conceito em torno aos aspectos que marcam um REA, tido como uma solução para facilitar o acesso à educação superior (STAGG, 2014), com as qualidades de redução de custos do estudo, bem como o desenvolvimento de programas docentes pautados na colaboração para a melhoria da prática ensino aprendizagem, é importante esclarecer sobre a gratuidade de um REA.
Ser aberto não equivale a ser gratuito, embora existam infinitas fontes online com essa características, é também verdade que um REA pode ser aberto em relação ao seu desenvolvimento, mas não à sua utilização. Um exemplo é o caso de instituições que o desenvolvem gratuitamente para fundações e estas para manter seu labor cobram de seus usuários para a manutenção do programa. Fonte minha em https://joseclerbaioto.wordpress.com/
Para descobrir mais sobre REA não deixe de visitar os endereços a seguir:
http://www.iadb.org/es/indes/recursos-educativos-abiertos-rea,7016.html
http://www.eduteka.org/OER.php
Referências
Aretio, L. G. (2013). MOOC. Recursos educativos abiertos (REA) (13,24). Acesso em
http://aretio.hypotheses.org/820
Stagg, A. (2014). La adopción de los recursos educativos abiertos: un continuo de práctica abierta. RUSC. Universities and Knowledge Society Journal, 11(3). págs. 160-175. doihttp://dx.doi.org/10.7238/rusc.v11i3.2102. Acesso em http://journals.uoc.edu/index.php/rusc/article/view/v11n3-stagg
Referências Recomendadas
Downes, Stephen (10-2010). Agents Provocateurs. Stephen's Web.
[http://www.downes.ca/post/54026]
Weller, Martin (2010). Big and Little OER. In Open Ed 2010 Proceedings. Barcelona: UOC, OU, BYU. [http://hdl.handle.net/10609/4851]
Wiley, David (27-09-2011). On OER – Beyond Definitions. Iterating toward openness. [http://opencontent.org/blog/archives/2015].
Yuan, Li; Macneill, Sheila; & Kraan, Wilbert (2008). Open Educational Resources – Opportunities and Challenges for Higher Education.